Lucha de un revolucionario latinoamericano

Gran libro autobiofráfico de Nelson Rolín de Moura. Relata las aventuras de un jóven revolucionario brasilelero que debe combatir escapando de las garras de las dictaduras de Brasil, Chile, Argentina y Uruguay. Una odiséa de amor y pasión. Para una película de acción. Con motivo de la publicación de este extraoridinario testimonio de la lucha revolucionariay que esta involucra a varios países del cono sur reproduciomos un comentario de Paulo Clóvis Schmitz publicado en “Noticias do día” de Brasil. Tema inesgotável, a ditadura pós-1964 é objeto de frequentes releituras, estudos, pesquisas e análises que irrigam o mercado editorial com saudável prodigalidade. Quando o tema emerge trazendo o ponto de vista e o depoimento de um ator diretamente envolvido nos acontecimentos, a abordagem ganha ainda mais relevância, pelo testemunho vivo de quem não só ouviu dizer, mas experimentou a crueza do período na pele e na mente. É isso o que faz o jornalista e editor Nelson Rolim de Moura, que lança amanhã, às 19h, o livrro “Não esquecemos a ditadura – Memórias da violência”, no hall do CIC (Centro Integrado de Cultura,), em Florianópolis. Diretor da editora Insular, por onde sai a obra, Rolim protelou por mais de duas décadas a missão de trazer a público as memórias e impressões dos anos duros da falta de liberdade e da tortura no país. Afinal, vive de publicar livros alheios, e depende disso para sobreviver. Na contracapa, ele explica como decidiu mudar o rumo dos acontecimentos: “O meu reencontro com velhos companheiros do movimento estudantil, passados 45 anos de nossa militância conjunta, animou-me a publicar um livro rememorando e refletindo sobre o enfrentamento à ditadura e suas barbaridades”. Nelson Rolim foi preso pela primeira vez em 1968, ano em que o Brasil passou a subordinar-se aos ditames do Ato Institucional nº 5, que aboliu o que havia de liberdades individuais e instaurou o terror, as perseguições, as mortes e a repressão a qualquer manifestação contra o regime. Sua militância se concentrava no movimento estudantil, que teve o auge no período que precedeu o AI-5, quando era universitário em Porto Alegre. Ele nunca foi para um pau-de-arara e nem tomou choques elétricos, mas a tortura podia ser bem outra coisa. Ficou 15 dias incomunicável no Uruguai, em 1975, sequestrado pelas forças de segurança daquele país, que não escapou das ditaduras que a América do Sul implantou em sequência, a partir doas ano 60. “Naquele período, conheci alguns dos principais centros clandestinos de tortura da região”, conta hoje. Tapas na cara, revólver no ouvido, capuz na cabeça, tudo isso funciona como intimidação capaz de minar o mais forte dos militantes. Relato termina com repressão na Catedral O período abarcado pelo livro “Não esquecemos a ditadura – Memórias da violência” vai de 1964, quando ocorreu o golpe militar, a 1981, ainda na distensão, quando Nelson Rolim foi preso pela terceira vez, no célebre episódio em que o ex-deputado Francisco Küster foi agredido pela Polícia Militar na escadaria da Catedral Metropolitana de Florianópolis. “Era uma manifestação em defesa dos atingidos pela Lei de Segurança Nacional e a repressão foi violenta”, conta o autor. Houve 21 prisões, que incluíram também os ex-deputados Murilo Canto e Laerte Ramos Vieira. A detenção durou poucas horas, mas demonstrou que a linha dura não concordava em flexibilizar o regime. A experiência da prisão no Uruguai foi marcante porque implicou num desaparecimento que apavorou a família de Rolim e mobilizou amigos e a imprensa gaúcha, além de parlamentares como Pedro Simon e Amaury Müller. Ele foi detido em Colonia de Sacramento, quando vinha da Argentina, vivia com as mãos amarradas e era mandado de um lugar para outro, geralmente com os olhes vendados, dentro e fora dos quartéis de Rivera e Montevideo, onde permaneceu a maior parte do tempo. Em 1976, passado o susto, trabalhava no jornal “Zero Hora”, em Porto Alegre, quando sentiu que ainda era ameaçado e decidiu se mudar para Florianópolis. Aqui, trabalhou em “O Estado” (na experiente equipe que cobriu a Novembrada, em 1979), na rádio Guarujá, na TV Cultura e em assessorias de governo. Com jornalistas como Jurandir Pires de Camargo, Sérgio Rubim, Eloy Gallotti e Ney Vidal, também manteve a ousada experiência do “Afinal”, um dos mais de 150 jornais alternativos que adotavam uma postura de oposição ao regime no país. Quando a Argentina era movida a utopias O livro também se ocupa da formação do socialista convicto que é Nelson Rolim. A infância e a adolescência foram passadas em Bagé, perto da fronteira uruguaia, terra de gente politizada e dada a refregas políticas – a ponto de abrigar um anarquista que convidava meia cidade para comer churrasco na sexta-feira santa. Foi lá que ele tomou conhecimento do movimento pela legalidade que tentava garantir a posse de João Goulart em 1962, viu os primeiros estragos do golpe militar e a prisão dos comunistas e petebistas mais empedernidos. Filho de militar, ele se mudou para Porto Alegre aos 16 anos, em 1868, e aí outro mundo se abriu. Quando pôs as mãos no diário de Che Guevara, falou: “Esse cara é o que eu quero ser”. Começou a estudar engenharia, mas não concluiu o curso – neste esse, nem outros que tentou fazer. Com o AI-5, o movimento estudantil foi muito reprimido e a saída era ir para o Chile, onde estavam muitos brasileiros exilados. Não deu certo, e ele acabou ficando na Argentina, sem amigos e conhecidos, mas onde a ditadura ainda não havia se instalado (isso ocorreu em 1976) e o clima era efervescência política, de luta revolucionária que vislumbrava a unidade latino-americana. Foi na volta, cheio de livros que eram proibidos no Brasil, que Rolim foi preso e viveu o primeiro de seus calvários pelos quartéis do continente. Ouvir os gritos dos torturados e sentir o sumiço definitivo de companheiros de cela estão entre os traumas que permaneceram, sem falar em outros, de natureza afetiva, que ele sempre quis esquecer, e que ajudaram na escolha de Florianópolis como destino de vida. “Tive muiita sorte, ao contrário dos que não sobreviveram”, diz ele. O anseio por mais igualdade Sem o traquejo de historiador, Nelson Rolim de Moura qualifica o livro “Não esquecemos a ditadura – Memórias da violência” como “uma longa crônica” ilustrada com fotos e recortes de jornais da época, além de colunas laterais com dados que situam o leitor em cada momento histórico relatado, mantendo a fluidez da narrativa. O fio condutor são as ditaduras que também se abateram sobre o Chile, a Argentina, o Uruguai e a Bolívia, e que não tiveram, assim como no Brasil, caráter apenas político e ideológico. “Enumero na obra o impacto daqueles anos no teatro, no cinema, na música e no mercado editorial, mostrando que a violência não foi apenas física”, afirma o autor. Em 1994, ele criou a editora Insular, que já publicou mais de 1.150 títulos e vem resistindo com denodo às crises do setor. “Não pretendo sair do ramo”, adémodé. E explica por que: “Não vejo saída para a sociedade capitalista nos moldes atuais. Temos muitas contradições e lacunas que outros países já superaram. Acho possível distribuir melhor a renda, visa o jornalista, que tem quatro filhos com a companheira Iara, quatro netos e há mais de 20 anos cozinha diariamente para a família. Ele ainda se considera um socialista, mesmo com o rico de parecer démodé. E explica por que: “Não vejo saída para a sociedade capitalista nos moldes atuais. Temos muitas contradições e lacunas que outros países já superaram. Acho possível distribuir melhor a renda, melhorar salários, oferecer as mesmas oportunidades para todos e eliminar os privilégios das elites. Os países nórdicos são exemplos de um socialismo mais avançado e equilibrado, enquanto nós permanecemos na periferia do capitalismo”.

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